Reações infantis

Antes de começar, lembro ao leitor que este blog não é sobre educação de crianças, mas comentários sobre crises espirituais. O termo infantil, neste caso,está se referindo a reações não amadurecidas. Isto explicado, começamos nossa conversa de hoje!


Reações infantis denunciam crises, e alguns momentos de crise disparam reações infantis. As duas situações são importantes. Vejamos a diferença:


Reações infantis denunciam crises

Nesta situação, nós nos vemos excessivamente irritados, por exemplo, ao não conseguirmos algo que queremos - seja algo importante ou não. Bem, como estamos falando francamente sobre crises, vou corrigir: ficamos excessivamente irritados ao não conseguirmos algo que queremos e que não é importante. Simplesmente isso: queremos algo; não conseguimos ter; ficamos emburrados, feito criancinha contrariada. O ego ferido lateja e a reação egocêntrica denuncia a situação. Não olhe a palha no olho de seu irmão, não... analise um pouquinho como foi a última vez em que o atraso de alguém fez você esperar, de olho no celular a cada minuto e meio. E me diga qual o tamanho da tromba que você armou quando o ímpio vilão de seu tempo chegou atrasado! O atraso até pode ter sido justificado, e o compromisso não era nenhuma cirurgia cerebral. Mas, para você, foi um crime de lesa-majestade, sem dúvida...

- Opa! Espere aí: esse tipo de reação indica uma crise???
Sim, gente! Uma reação desproporcional à situação sempre indica que algo não está bem. Lembram-se de que é nas pequenas coisas que a gente se revela? Hoje em dia não se liga mais para isso, a educação em família não chega até esses detalhes (mal se ensina como usar o banheiro direito), e as pessoas reagem mal a qualquer coisa que as incomoda. Isso é sinal de crise, de doença espiritual a ser curada. Mas como não se liga para isso - porque virou algo normal - a crise não é resolvida e se fica numa espiral crescente de maus comportamentos - e, em decorrência, de uma crescente infelicidade fictícia, porque nada demais acontece com a pessoa mas ela está sempre reclamando porque tudo a incomoda, nada dá certo como ela deseja. Por pouca coisa o indivíduo barbado fica  transtornado, faz um show, berra com a mãe... uma beleza! Isso acontece também com jovens senhoras, é claro. Relembro que não estou incluindo aqui transtornos e doenças psíquicas, mas prestem atenção a esses sinais de irritação e a frequência com que são emitidos. O que acontece quando você é contrariado? Avalie a situação e considere a importância do que o contraria. É para tanto?

É francamente inadmissível continuar alimentando este tipo de comportamento, como se fosse um ser especial que não pode ser contrariado, que não pode ficar sem ter as coisas, que precisa ter tudo do seu jeito.

Poderemos cair neste comportamento, sim: mas por deslize, por fraqueza, e não por aceitarmos isto como um modo de ser! É um vício abominável contra o amor! 

Renúncia e penitência são palavras-chave para controlar esta terrível doença. Atenção aos sinais.


Momentos de crise disparam reações infantis

Já esta situação está associada a traumas. Quando a pessoa se vê envolvida num fato que a faz reviver um trauma passado, ela reage na mesma idade emocional que tinha quando viveu o trauma original. Ela pode ser equilibrada em outras circunstâncias até mais complicadas, mas naquele cenário específico sua reação está cristalizada no tempo. Isso indica que o trauma não foi superado ainda; não foi resolvido. A pessoa não cresceu naquele ponto específico, relacionado ao trauma. Por isso ela revive as coisas com os sentimentos não amadurecidos, com um sofrimento desproporcional ao fato corrente. Sente-se desamparada, a tal ponto que tenta se esconder, foge! Reage de fato como uma criança. Torna-se uma criancinha num corpo de adulto.

Mas, se nesse momento a pessoa tem a graça de parar um momento e analisar que agora ela é um adulto, que a situação de hoje não é exatamente aquela do passado, embora se assemelhe muito... Se ela consegue se levantar e olhar - com os olhos de adulto - o fato atual, poderá descobrir que é capaz de passar por aquilo. E que, embora no passado tenha sofrido algo parecido, muito profundamente, ela sobreviveu; diante daquilo que se passou em sua infância, o momento presente também pode ser vencido, superado ou acolhido, compreendido, vivido. A vivência amadurecida da situação atual poderá curar o trauma do passado e resolver muitas circunstâncias decorrentes: terá mais tranquilidade para ser o que se é, ganhará mais auto-confiança, segurança para enfrentar novos desafios, e, sobretudo, renovada fé em Deus, pois enfim reconhecerá Sua presença amorosa também naquele fato de sua vida passada.

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