Divina Providência! Divina Providência!


Quem sofre deve, a cada golpe, olhar para o Céu. Tudo vem do Alto. Não compreendemos os desígnios de Deus.

Mistério dos mistérios é o da Divina Providência! Há ocasiões em que o enigma se nos apresenta espantoso, torturante. Passamos por uma das provas mais difíceis de nossa fé quando a Providência, por estradas tortuosas, leva-nos ao cumprimento dos seus eternos desígnios.

Os juízos da Providência são incompreensíveis. Deus começa reduzindo ao nada aqueles que Ele encarrega de alguma missão. A morte é o caminho pelo qual nos conduz ordinariamente à Vida. “Ninguém compreende por onde Ele passa”, diz Monsenhor Gay. Sim, meu Deus, ninguém compreende por onde passais nem o que quereis de nós nesta aflição, neste golpe, nesta morte, neste fracasso de uma obra! Tudo foi preparado no Céu. Mas de uma coisa podemos ter certeza, embora nos levem as aparências a negá-lo: foi para o bem de nossas almas! 

Nosso Senhor revelou a Santa Madalena Postel que ela seria fundadora de uma comunidade, mais tarde bem numerosa. Entretanto, durante trinta anos Deus parecia empenhado em impedir a obra, que passou pelas mais duras provas, por insucessos e fracassos repetidos. Conheceis a história edificante e dolorosa da fundação de tantas ordens e institutos que são hoje a glória da Igreja? Insondáveis desígnios de Deus, mas, estejamos certos, desígnios de misericórdia e de amor!

Dizia a Madre Maria do Santíssimo Sacramento, fundadora das irmãs Franciscanas Missionárias: “Uma das nossas grandes alegrias no Céu será ver, nos planos Divinos, como fomos conduzidos, nos longos caminhos da vida, pelos cuidados da Divina Providência, que sem que o soubéssemos, afastou de nós tantos perigos e colocou em nosso caminho tudo de que tínhamos necessidade para servir aos seus desígnios”. Ó Divina Providência! É para se chorar de amor! Só o pensar em vós comove tanto, meu Deus!


Monsenhor Ascânio Brandão
Breviário da Confiança

O que Deus espera de você?


Em um post anterior, refletimos sobre O que você espera de Deus?. Agora faremos o caminho inverso.

Ao longo de nossa história de vida, percebemos algumas pistas a respeito de nossas capacidades, do que nos agrada fazer, do que fazemos bem. E formamos uma ideia daquilo que entendemos que Deus quer de nós. Porém, curiosamente, costumamos errar nesta conclusão.

Um belo exemplo disso aconteceu com um senhor de nome Joseph Ratzinger: quando julgou entender que seu papel na Igreja havia terminado, depois de anos dedicados ao lado de João Paulo II, fez um sermão inspiradíssimo dizendo tudo o que poucos homens na face da terra teriam coragem de dizer em público, escancarando todo o cenário da Igreja e do mundo. Foi como uma despedida e um suspiro que antegozava sua aposentadoria, que lhe parecia tão próxima. E então Deus lhe fez o chamado mais inesperado de sua vida, como se lhe dissesse:
«Querido filho, sua missão não está terminando: agora é que ela realmente começa!»
Nunca antes vi alguém relatar ter dito a Deus o que eu mesma já disse: «O que estás fazendo?» Pois foi nesses termos o diálogo de D. Ratzinger com Deus em sua eleição no conclave. Quantas vezes também perguntei a Deus: «O que estás fazendo?» - comigo, com minha vida? O que esperas de mim com isto, nesta situação? Às vezes tudo parecia já tão certo e estabelecido, mas de repente tudo vira de maneira tão inesperada e até assustadora!

É que não entendemos direito o que Deus espera de nós. Ficamos meio perdidos, com a impressão de que nada está certo. Parece que temos que conquistar alguma coisa, quando no fundo o exercício dessa fase era nos dedicarmos com empenho, darmos o melhor de nós, usarmos de nossa capacidade de maneira sábia e criativa. Em outras palavras, a prova era colocarmos para funcionar nossos talentos. E se nos saímos razoavelmente bem, então nos chega uma proposta para darmos um passo além: sermos mais ousados na fé, mais audaciosos para enfrentar os desafios, mais desprendidos para permitirmos que a Providência Divina nos dê uma experiência nova da Paternidade de Deus.

Esses desafios todos não são o objetivo, não são «a missão». São etapas, somente etapas que nos fazem caminhar um passo por vez, um passo além.

Até que enfim chega o momento de entender o que Deus queria de nós. «Ah!.... Então era isso!»


Mas para chegar até esse momento, é preciso percorrer os passos anteriores, com paciência e dedicação. A missão se define depois, provavelmente quando você achar que já a cumpriu!

Momentos de aprendizagem


As situações que nos pegam de surpresa geralmente nos deixam em choque. Dificilmente temos a melhor das reações nesse momento. Se não se pode reagir coerentemente, a sugestão para essa emergência é: não reagir de acordo com o primeiro impulso. Esse impulso costuma ser violento e de intensidade muitas vezes superior ao que o fato exige.

Respire fundo, deixe passar, e depois de extravasar a raiva ou frustração em particular (se for preciso), passe à fase de avaliação: o que aconteceu? o que eu esperava? o que foi dito? qual teria sido a melhor coisa a fazer?

Não pense nessas coisas planejando sua vingança, nem para se punir por ter reagido mal ou por não ter reagido. Essa análise é para colocar os fatos em perspectiva, avaliando sua real importância no quadro geral e não de acordo com a reação que lhe causaram interiormente.

Considere o ponto de vista dos outros, não fique supondo que pensaram ou que imaginaram ou que supuseram... Aprenda a ser mais objetivo, mais equilibrado, menos vítima, menos "o centro de tudo".

Se você não aprende com as situações, terá desperdiçado toda sua vida sem conseguir ser melhor. Disponha-se a isso!

Na medida certa


Conversando com pessoas de vários níveis de espiritualidade, é fácil ver que uma situação que causaria profundas crises em algumas, para outras nada mais é que uma rotina diária; os questionamentos de outras jamais passaram pela cabeça daquelas, pois se isso acontecesse poderiam até perder a fé.

Na catequese de Jesus sobre seu seguimento, Ele deixa muito clara essa situação: cada um deve tomar a própria cruz para segui-Lo. A cruz do outro, embora me pareça mais leve, mais agradável, mais enfeitada, na verdade não me convém - porque... é do outro, não é minha! Nossa cobiça de uma cruz mais leve ou mais adequada, tem por base uma comparação superficial e nem um pouco espiritual. Queremos logo um bem que julgamos já nos pertencer.

Quanta dúvida e suspeita com relação às intenções de Deus para conosco! E como Ele Se vale de decepções profundamente humanas para nos fazer subir um pequenino passo na vida espiritual! Vemos isso como amor de Deus? De jeito nenhum! Queremos ser felizes agora!

Quando a situação é mais complexa, é ainda mais difícil crer nesse amor divino que permite que o mal nos atinja, ou que parece nos exigir tudo, até aquilo que pensávamos ser legítimo possuir. É um exercício de fé, confiança e humildade reconhecer que Deus sempre sabe o que é melhor pra nós, e que Ele sabe o momento certo e a medida certa para todas as coisas.

Está descontente com o que Deus está lhe dando neste momento? Reclame com Ele, diga que O ama mas que não está entendendo nada... diga que quer a vontade dEle, mas que precisa da ajuda dEle para isso... fale ao Coração dEle, bem de perto, de mãos dadas com a Mãe Imaculada: “Não entendo, mas me ajude, quero ser salvo por Ti!...” Ele olha bem dentro de suas profundezas, nas raízes de seu ser, perscruta suas verdades mais íntimas... e sem dúvida alguma o ajudará, cobrindo de Misericórdia sua miséria. Mas busque com sinceridade o que Ele quer para você, mesmo sob o peso de seu descontentamento e talvez até de uma revolta: apresente-se diante dEle como você está, como o cego do caminho que Lhe suplicava piedade. E diga a Ele, bem explicadinho, o que você quer que Ele faça em você, na sua vida. Na medida em que você puder compreender e suportar, Ele lhe revelará alguns mistérios e vários porquês.

Mas comungue dEle, de Seu desejo por sua salvação. Acima de querer compreendê-Lo, queira ser íntimo dEle.

“Deus te vê... não é indiferente à tua dor...”

Como viver a oferta e o sacrifício


Formação da Comunidade Oásis, "Aprendendo a Viver", com a Gislaine:

«Criticômetro» ligado a mil


Um sintoma de crise pode ser percebido pela atividade anormal do «criticômetro». Esse mecanismo, que costuma estar ativo em níveis aceitáveis, passa a ser alimentado pelas caldeiras conjuntas do egoísmo, auto-piedade e orgulho, chegando a um ponto insuportável para a própria pessoa, com consequências desastrosas que geralmente se desejaria esquecer - e que os outros fizessem o mesmo.

Tudo começa com uma sugestão íntima a respeito de sua própria importância ou de seu próprio querer. É importante notar que essa sugestão necessariamente precisa ser o ponto essencial de todas as medidas que serão tomadas, a partir daí, pelo «criticômetro». Sua alta precisão em medições e comparações será ajustada justamente por esse critério.


Não é difícil colocar o «criticômetro» nesse ponto de ajuste, uma vez que nossa capacidade de auto-indulgência é aparentemente inesgotável quando nossas próprias medidas nos indicam que estamos com a razão. Não somente nós estamos com a razão, é claro: também consideraremos certos e justos aqueles que apoiarem nossos argumentos fundados nesse infalível instrumento.

Eu poderia continuar esta descrição de muitas maneiras, mas como acabei de ter meu «criticômetro» reajustado na base do susto, paro por aqui. Meu maior desejo neste momento é que reconheçam esta mesma situação em suas vidas, e usem o quanto antes o bendito antídoto que é a humildade: ela literalmente acalmará os elementos revoltos em seu coração.

É impossível para nós, numa tal circunstância, ser realmente humildes, mas uma gota de lucidez poderá nos valer e então pediremos socorro à Mãe de Todas as Graças que, aflita com nossa cegueira, nos socorrerá de imediato, derramando em nós Sua própria humildade.

Por favor, marquem bem estas coisas, e clamem por Nossa Senhora tão logo aconteçam. Verifiquem quando ocorre:

  • uma elevação no nível de críticas às outras pessoas;
  • insatisfação baseada em desejos próprios que não são atendidos;
  • grande capacidade em argumentar, desculpando os próprios erros;
  • maior capacidade ainda em descobrir novos motivos de acusação contra outras pessoas.
E pense bem: não é por aí que você vai resolver uma situação difícil, uma angústia, um sofrimento. Aceite o processo de crise com docilidade, porque algo de bom sairá disso. Mesmo se seu «criticômetro» ficar desregulado pela raiva (=orgulho), pela decepção (=orgulho ferido) etc., coloque tudo diante da misericórdia de Deus e não diante de sua própria justiça.

O que você espera de Deus?



Essa é uma causa de nossas crises. Muito de nosso sentimento de estar perdido, sem direção, sem saber o que fazer, está radicado nisso: o que você espera de Deus?

Interessante é ver que algumas pessoas ficam mudas, como que pensando: "...mas, afinal de contas, o que eu quero de Deus, mesmo? nunca pensei nisso!"

Ficamos como boiada disparada atrás de... atrás do quê, mesmo?

Tanta pressa, tanta coisa a fazer... para quê, mesmo?

Estou correndo atrás do quê?
Qual o objetivo disso?
Qual o sentido da minha vida?

É espantoso, mas raramente temos uma resposta imediata a essas perguntas, simplesmente porque não pensamos nisso!

Fica um vazio, é claro: instintivamente buscamos um sentido nas situações, mas neste envolvimento cego nos afazeres, na satisfação de necessidades - até as mais urgentes e legítimas -, perdemos alguma coisa. Perdemos o objetivo, o sentido.

Acontecendo isso, perdemos o centro da questão, o Norte que indica o caminho a seguir. E aí já nem sabemos o que queremos de Deus: queremos uma noite bem dormida, uma comida gostosa, a cura de uma doença, a solução de um problema... O que esperamos dEle?

E a questão se complica, porque se não sabemos o que esperamos de Deus, é porque não esperamos nada dEle: não contamos com Ele! No nosso envolvimento cego nas coisas, nos problemas a resolver, nas questões urgentes, Ele não importa! Não temos tempo de vê-lO, ouvi-lO... e se Lhe falamos, só Lhe oferecemos uma lista de petições vazias, porque são extremamente sem importância, por mais urgentes e necessárias que nos pareçam. Não perguntamos mais a Ele o que devemos esperar dEle!

Pior ainda, nessa situação Deus acaba Se tornando apenas um detalhe. No menos grave dos casos, talvez Se torne para nós o tão citado gênio da lâmpada, que tem por obrigação nos atender os pedidos, sempre, para que um dia seja enfim libertado da servidão aos homens!

Nesse momento, a graça de Deus nos lançará numa crise, numa bendita crise que nos pare nessa corrida desabalada para o nada, e nos abra os olhos para que paremos de esperar soluções e coisas de Deus... e nos demos conta de que o melhor a esperar dEle é Ele mesmo.

Quaresma, tempo da


Acho que poucas vezes vivi uma Quaresma como esta: sem conseguir fazer realmente algum propósito definido, e aquilo que foi mais nitidamente proposto, não foi cumprido! Mesmo nos dias em que pensei "A partir de hoje vou fazer isso", quando dei por mim já estava caindo de sono e dormia com o terço enrolado na mão.

Pouca oração, pouco estudo, penitência nível 0,45. Que coisa! Mas serviu para conhecer melhor minha miséria: nada consigo por mim mesma, nem o mínimo esperado. Só mesmo pela graça de Deus consigo ser e fazer.

Por sinal, a Quaresma ainda não terminou. Deus pode fazer muito em pouco tempo, por isso acredito que ainda conseguirei - com a graça divina - aproveitar bem este tempo de penitência e conversão.

Entre crises


Quando a gente está numa crise ou acabou de sair de uma, parece que há muito o que falar sobre crises. Fiquei pensando se não estarei numa fase “entre crises”, porque está me faltando inspiração pra escrever sobre o assunto!

De vez em quando isso acontece: Deus nos permite viver um estágio de calmaria, enquanto assimilamos os acontecimentos passados e meditamos sobre o presente, talvez um pouquinho mais atentos aos “sinais” com os quais Ele nos indica por onde ir e por onde não ir.

Não deixa de ser um tema interessante: pode acontecer que, durante uma calmaria dessas, a pessoa pense que nunca mais vai entrar em pânico ou em desespero como nas crises passadas, quando vier a próxima. Será mesmo?... É comum acontecer um pico de agitação ao primeiro choque da crise. “Meu Deus, e agora?” ou “De novo nããããããoooooooo!!!”


Mas é na calmaria que se tem a chance de analisar, sem paixão, nossos comportamentos, reações, objetivos, raciocínios.

Uma coisa que tenho notado muito facilmente é o quanto nós confundimos o objetivo com o meio usado para alcançá-lo. Isso é fácil demais de perceber. Ganho dinheiro para ter comida, casa, roupa, conforto, certo? Em palavras melhores: o dinheiro serve para se fazer coisas boas. Portanto, o dinheiro é um meio. O objetivo é fazer coisas boas. Se o objetivo passa a ser o dinheiro, a matemática toda fica errada; o fluxo se interrompe; a energia é desviada; a alma esfria.

Esse exemplo é o mais fácil, porque há outros mais complicados, que podem até envolver a escolha entre duas coisas boas em si mesmas:  o resultado de uma delas pode não ser bom, ou pelo menos não adequado ao momento presente. Como estar na sintonia certa para se discernir corretamente?

Somente tendo armazenado as lições e reflexões da vida, e mantendo vida de oração, é que conseguimos estar o mais possível próximos dessa sintonia fina: sem muitos ruídos, sem a “estática” da vontade própria, sem a interferência das transmissões concorrentes das paixões desordenadas.

Em manutenção...


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