Faxina mental


A gente nem se dá conta de quantas coisas ruins passam pelos nossos sentidos... e elas deixam marcas. Em particular, a falta de sensibilidade que já temos diante das cenas de violência que já assistimos tanto nos filmes. Nas notícias, as tragédias se misturam com informações fúteis e sem sentido algum. Nossos sentimentos ficam todos misturados e evitamos a todo custo dar mostras de nossas fraquezas diante dos outros; sentimo-nos humilhados se testemunham nossa fraqueza. Mas tudo isso faz parte de nós, e é importante viver as emoções corretamente. Não nos acostumar com a dor do outro, que nos torna impiedosos. E não dar razão ao sentimentalismo, que é contrário ao sentimento saudável, à razão e à justiça (justiça que não é impiedade, mas dar o valor correto às coisas).

Este vídeo foi projetado nas Escolas de Formação da Comunidade Oásis e também no Congresso Nacional de Novas Comunidades, no ano passado. A motivação dele foi justamente essa: de limparmos nossa mente, nosso coração, nossos olhos, da violência, da impiedade, da impureza, da falta de delicadeza e de carinho. E o convite é nos lançarmos nesse abraço de pai. No abraço do Pai!

Atirar no que se vê, acertar no que não se vê


As crises às vezes são... engraçadas! Elas podem começar fazendo a gente pensar que se trata de arrumar uma determinada situação e, quando a coisa começa para valer, a gente descobre que o “assunto” mesmo é outro!... e que aquela situação, no final das contas, é apenas uma decorrência do que realmente precisa ser consertado em nós.

Portanto, o assunto principal da crise é o mais importante, por mais que a situação decorrente nos deixe apavorados. Resolvido o principal, o resto se encaminhará para sua resolução adequada - contanto que tenhamos assumido esta nova cura!

Como em todos os outros casos, neste é imprescindível o recolhimento em oração. Sendo uma situação em que aparentemente há coisas demais a serem resolvidas (a coisa principal e as decorrentes), é preciso que tudo esteja bem claro dentro de nós, antes de tomarmos qualquer decisão. Quando estivermos bem definidos a respeito da situação principal, teremos a firmeza e convicção necessárias para proceder à solução de tudo o que ela implica.

Terapia de doenças espirituais


Este video com Pe. Paulo Ricardo é a introdução do curso chamado Terapia de doenças espirituais. Na Comunidade estamos estudando o áudio das palestras dadas por ele, mas este video (e os relacionados) oferecem o conteúdo resumido do curso. Tem sido um grande auxílio para nossa espiritualidade, por isso recomendo!

Calma, não é o fim do mundo!


As crises nos fazem pensar que estamos vivendo algo parecido com o fim do mundo. Usamos termos dramáticos do tipo...

“Nunca nada dá certo pra mim!”
...o que não é necessariamente verdade. É que agora aconteceu alguma coisinha meio fora dos planos e já vem aquele desespero de querer controlar tudo na vida. Ô ilusão medonha!

Mas voltemos a essa sensação de fim de mundo: não é de fato o fim do mundo, porém bem pode ser o fim de um mundo aí dentro de você.

Pode ser o fim de um mundo de ignorância a respeito de si mesmo; de arrogância diante das outras pessoas; de supersensibilidade, que tornava você difícil de lidar... ou até o fim de um mundo fictício de religiosidade, no qual você reinava à vontade e sem qualquer exigência séria por parte do deus que você criou (é surpreendente a facilidade com que nos idolatramos e endeusamos!). É terrível, tudo isso! Graças a Deus esses mundos acabam. Têm que acabar!

Por isso, se você estiver com uma particular sensação de “fim de mundo”, analise o que está sendo destruído, considere o bem que isso lhe fará, e prepare-se com muita esperança e alegria para ver mais uma bela obra de Deus em sua vida.

(veja também o post Nada dá certo!)

O que eu faço?


Essa pergunta não é muito boa, porque a resposta é mais do que sabida. Mas nas crises a gente insiste em perguntar “o que que eu faço?”, na esperança de que a solução seja simplesmente fazer alguma coisa. Somos ativos, gostamos de ação, e achamos que resolver logo as coisas é sinônimo de eficiência. É a cultura atual - ok, culpe-a, se desejar. O importante é termos consciência de que o ativismo faz parte de nossa doença espiritual e não de nossa cura.

Para problemas espirituais, remédios espirituais: oração, jejum, esmola.

Oração, para entrar em comunhão com Deus e o próximo; jejum, para se libertar do próprio querer e de muitos vícios da vontade; esmola, que é sinônimo de desprendimento e, com sua evolução gradual, verdadeira caridade.

Tendo feito isso, então se pode “fazer” no sentido de realizar algo a respeito da crise em questão: tomar as decisões necessárias, enfrentar as situações que precisam de uma atitude, firmar-se naquilo que já descobrimos que é bom.

Se colocamos o carro na frente dos bois, querendo “fazer” logo de cara, não teremos nenhuma firmeza e nem estaremos convencidos de que aquele fazer é o que deve ser feito.

O que fazer em caso de pressa?
Ajoelhe-se e reze!

Tudo certo e nada resolvido


As crises têm períodos amenos, nos quais a impressão que temos é de que está tudo certo. Na verdade, temos consciência de que nada está resolvido ainda, mas não importa: a impressão é de que está tudo certo!

Talvez seja por conseguirmos fazer as pazes com nossa incapacidade de resolver tudo (o que quer que precise ser resolvido).

Nada é desprezível numa crise, por isso também essa fase tem seu valor. Esta tem pelo menos dois pontos interessantes (ainda estou descobrindo os outros, pois deve haver mais!):

1. Uma lição dessa fase é, como mencionado acima, encararmos nossa incapacidade e enfim não termos mais a mesma reação de desespero: não consigo resolver! não consigo fazer! não consigo nada! É finalmente se dar conta do óbvio, descrito com todas as letras no Evangelho:

“- Sem mim, nada podeis fazer.”
 Jesus não disse que sem Ele podemos fazer “pouco”. Disse exatamente que, sem Ele, “nada” podemos fazer. Sabe o que é nada? Então: por favor, coloque na sua cabecinha: o que você consegue fazer é “com Deus”.

Você sabe separar o oxigênio do ar que respira? Você sabe fazer o ar que respira? Não? Nem isso você consegue? Que decepção, hein?... Pensando que era todo independente de Deus, e olhe só...

Então, a lição: você não consegue coisa nenhuma mesmo, deixe de pensar que você pode tudo, ou que precisa poder tudo. Não pode. E pronto.

2. Estando um pouco mais conscientes de nossa incapacidade, subimos um degrauzinho a mais na confiança em Deus, pois o raciocínio é simples: eu nada posso, Deus pode tudo. Portanto, faço o que me cabe e todo o resto Deus realiza.

Conforme nosso crescimento espiritual, esta lição de confiança em Deus ganha novos aspectos. De início é tudo muito sutil, e acabamos confiando em Deus para coisas simples, com uma confiança ainda manchada pelos nossos planejamentos cheios de recursos e “planos B”. Algumas vezes, a confiança acaba cedendo espaço para um fatalismo do tipo “agora, só Deus!” pra resolver a situação. Mas com tudo isso vamos sendo levados a graus mais elaborados de confiança amadurecida pela experiência.

Para Santa Faustina, nosso Senhor disse que o que mais fere Seu Coração é a desconfiança. Desconfiamos porque queremos saber tudo a respeito do que nos aguarda, para nos prepararmos... porque somente assim dominamos a situação. No fundo, é o nosso pensamentozinho de independência, a tentação da serpente do Éden (“Sereis como deuses!” - isto é, não precisarão mais de Deus, vocês mesmos darão conta de tudo). Isso é tão arraigado em nós, que são necessários muitos exercícios de confiança nestas paradas em que ficamos pasmados com as mudanças em nossa vida.

Deixe Deus ir fazendo. Não tenha medo!

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