“Sinto um vazio...”

Se você nunca disse isso, com grande probabilidade já ouviu alguém dizer: “Sinto um vazio...”
Mas o que significa esse “vazio”? Ele aparece em pessoas materialistas e em pessoas mais espirituais; qual o sentido disso?

Como pode sentir um vazio quem consegue adquirir o necessário e, muitas vezes, até o supérfluo?
Não é curioso que esse vazio seja sentido depois de se conseguir alguma coisa - material ou não - muito desejada e há muito tempo buscada?
Por que, então, essas coisas desejadas não são capazes de preencher esse vazio tão inesperadamente sentido?
E, mais ainda: por que se busca preencher esse vazio com cada vez mais coisas e emoções, se isso não resolve?
Esse vazio, amados, é um sinal de que o homem (e aqui uso o termo no sentido clássico, significando pessoa humana, humanidade...) - o homem não é apenas o que se vê. Sua origem espiritual reclama a experiência e a degustação de coisas espirituais. Se se nega o alimento ao espírito, ele reclama de fome, tanto quanto nosso estômago físico faz ruídos quando vazio.

Mas, mais curioso ainda: como pode sentir um vazio quem busca as coisas espirituais, a vivência em Deus?

O mais comum é que, na verdade, ainda se continua procurando conciliar a vontade própria e a vontade divina.
Daí o vazio, a angústia, a insatisfação contínua: porque não se progride, nega-se o passo além que poderia temporariamente saciar o desejo mais íntimo da alma, de tocar um pouco mais profundamente o mistério do qual ela mesma se originou.

O mais incomum é que esse vazio seja uma purificação da alma para Deus. Então é o momento de unir-se a Jesus no Getsêmani e, com Ele, oferecer esse sofrimento purificador. Agradeça a Deus por essa experiência e peça que Ele tenha misericórdia de sua miséria. Não há muito o que fazer além disso. Pacientemente, aguarde que o processo se conclua. Outras fases virão.

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